quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Ideal

Sempre um novo?
Ou o mesmo sempre?

Sabe lá o que se conclui.
Excesso de pensamentos entope o fluxo.

Talvez não o melhor a ser amado,
Mas justamente o perfeito a ser usado.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Ensaio sobre o romance

Mantinha-se acordado, apenas admirando os ombros dela movendo-se lentamente. Pensava que aquele momento poderia durar para sempre, que ele seria feliz. Ela estava deitada em sua perna, dormindo já havia algum tempo.
Moveu-se levemente, acordando-a acidentalmente. Ela virou a cabeça para cima, seus olhos se encontraram, levantou-se e deu-lhe um leve beijo nos lábios, assim deitando a cabeça em seu ombro e sorrindo.

Naquele momento, naquele único momento, ele podia jurar que jamais se sentiria mal novamente na vida, seria sempre feliz.

Naquele único momento...

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ensaio sobre a solidão

Mantinha-se lá, naquela enorme avenida, os prédios e arranha-céus faziam com que parecesse insignificante diante de toda imensidão. Sozinho, mesmo estando no meio da multidão. Contemplando os carros a passar, admirando as pessoas pela rua, imaginava que podia enxergar os sonhos de cada uma passando por elas. Via seus colegas se distanciando, indo para os lugares a que pertenciam, onde pessoas precisavam deles.

Enquanto isso, a única vontade que sentia era sentar ali mesmo, naquela calçada imunda e úmida por causa da garoa que perdurou desde aquela manhã, e ficar ali, apenas esperando pelo aparecimento de alguém que também precisasse dele. E esperar e esperar, e continuar esperando, quanto tempo fosse preciso, mesmo sabendo que esse alguém não surgiria do nada assim, mas era tudo que podia fazer, tudo que conseguia fazer naquele momento.

Mas o último ônibus já estava por vir, não adiantaria ficar lá, esperar lá. Só lhe restava pegar este ônibus e continuar com as esperanças de que um dia seria realmente necessário, que alguém bateria em sua porta e mudaria sua vida para melhor.

sábado, 27 de março de 2010

Realidade

Isso é porque se Deus existe, ele com certeza está brincando com a gente.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Conflito.

- Não vale mais a pena.
- O que não vale mais apena?
- Nada

-preto-

- Como tem tanta certeza?
- Não sei.
- Talvez tenha algo ainda.
- Acho que não.
- É, talvez não...

-vermelho-

- Acaba aqui?
- Não. Olha, não tem como afirmar que nada mais vale a pena, ainda tem muito tempo pra fazer valer.
- Não importa quanto tempo ainda tenha, se eu não sei fazer valer, e nem vou saber, isso talvez sequer dependa de mim.
- E de quem dependeria?
- Não sei, talvez dependa de mim realmente, e se depender de alguém, provavelmente não existe esse alguém.

-preto-

- É, talvez não.
- Então não tem mais motivo pra continuar apostando se já sabemos o resultado.
- E como sabe o resultado?
- É assim que segue a lógica das coisas.
- Normalmente apostas não seguem resultados lógicos.
- Normalmente, não.

-preto-

- Nada impede que o resultado seja outro.
- Talvez impeça.

-vermelho-

- Se é assim por quê não desistir de tudo agora?
- É o que estive tentando dizer desde o início.
- Então, vai, abandone agora mesmo.

-VERMELHO-

- No fim das contas não sei se consigo mesmo.
- Por que não?
- Porque talvez tenha algo ou alguém que faça valer.
- É o que estive tentando dizer desde o início.

-azul-

- É, talvez tenha...
- Talvez esteja por perto.
- Talvez.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Por que?

- Por que você me trata com tanta intimidade? Por que fala comigo como se me conhecesse há tanto tempo? Por que age como se soubesse tudo que eu sinto? Por que faz tudo que eu peço sem reclamar? Por que não briga quando eu faço algo que não gosta? Por que consegue fazer tudo que eu não consigo? Por que eu te amo tanto que já não sei mais o que fazer? Por que você está sempre por perto? Por que não me deixa seguir sozinho?

A resposta vem um dia.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Enquanto isso...

Chegando na ponte que dividia este mundo em que vivemos daquele em que simplesmente não vivemos mais, encontrou um guardião, que perguntou-lhe:
Qual o seu nome?
Qual sua missão?
Qual sua cor favorita?

...Concluiu então que tudo aquilo desde que se lembrava não passou de uma grande piada.